Namaacha resumo sobre a vila

A Namaacha era uma vila pacata que por estrada ficava a 72kms de Lourenço Marques (actual Maputo) e eram 3kms de comprimento da entrada da vila até à fronteira com a Swazilandia. Por se situar num planalto a 600m altitude, nos Pequenos Libombos, era mais fria, os seus montes eram entre os 200m e 600m de altitude em td a região dos Libombos de Moçambique, sendo os de 600 mais raros. Foi elevada a povoação a vila no dia 20 de Abril de 1964. No seu inverno produzia morangos muito bons e maçãs que não cresciam a 30kms dali, no verão produzia tudo o que se produz num clima tropical como: café, mangas, cocos, atas, anonas, laranjas, mafilua, massala, macucua, etc... Na Namaacha a Primavera era muito expressiva porque nasciam lindas flores no campo, como: lírios, as açucenas à beira dos riachos, lily gloriosa, jarros ou calla lily, daisy gazania, algumas espécies de orquídeas etc. Tem a maior plantação do país de coníferas por m2, mesmo junto à linha de limitação fronteiriça com a Swazilandia e encostado ao arame farpado q limita as fronteira, tem uma cascata afamada a 3kms da vila que em tempos levava muitas famílias a fazerem pic nics na zona e estava bem infra estruturada para receber as famílias pic niqueiras.

A partir dos anos 50, a Namaacha tornou-se mais conhecida por ser a vila mais próxima de Lço Marques que tinha o maior nº de colégios por m2, surgiram os colégios salesianos do Instituto João de Deus, o Instituto Mouzinho de Albuquerque e Colégio Mª Auxiliadora, o Seminário mesmo ao lado da fronteira com a Swazilandia, o Colégio Dom António Barroso, o Colégio das Carmelitas, etc... Estes colégios formaram muitos homens e mulheres para a sociedade portuguesa e moçambicana.

O nome Namaacha vem do nome do sub-régulo "Nomahache" de apelido Macaline, os musuates/swazis chamavam-no "Lomaasha" sendo um sub-régulo  e chefe da zona que abrangia os pequenos Libombos orientais e ocidentais, foi aceite a sua condição de sub-régulo e prestava contas pagando tributo ao régulo da étnia Musuate/Swazi de nome Umbadine, Musuate e Swazi quer dizer o mesmo (Mu-swati quer dizer O Swati, O Swazi). Na divisão das fronteiras do sul entre Moçambique, Swazilândia e África do Sul por volta de 1880 houve grandes audições na Moamba nas margens do rio Incomati onde se montaram tendas para improvisar um Tribunal e hospedar os comissários e testemunhas do processo, audições essas que foram feitas a vários cidadãos ligadas às monarquia Swate/Swazi, monarquia dos Matola e também a simples populares. Da parte europeia havia um comissário português, um comissário inglês, um commissário da república sul-africana e um comissário Musuate/Swazi, o presidente da comissão era o tenente-coronel Martin. Os portugueses tinham provas que o Régulo Matola e sua dinastia, eram proprietários das terras que iam da Matola até à Moamba nas margens do Incomati passando pelos pequenos Libombos orientais e ocidentais, o régulo Musuate Umbadine reclamava-as como sendo suas, as terras  tuteladas por Nomahache. Várias testemunhas da dinastia Matola, testemunharam contra Nomahache, com base em que o seu pai e ele próprio já haviam pago tributo ao régulo Matola e ao filho, tendo passado a pagar ao rei Musuate, Umbadine após a invasão dos Pequenos Libombos. Umbadine mandou invadir a Namaacha, os seus homens desceram as montanhas e matarm muita gente, provocando fuga de muitos populares que se dirigiram para oriente e outros para ocidente, alguns acossados desta guerra foram testemunhar a favor de Portugal para a divisão das fronteiras em como os Pequenos Libombos pertenciam ao régulo Matola. O acordo chamou-se "Acordo de Paz, Amizade e Limites" foi assinado a 29 de Julho de 1869 entre portugueses, bowers e musuates/swazis em como a fronteira  os 3 países seria pelos Libombos, o tratado foi ratificado e com validade de 6 anos, a 10 de Julho de 1871 com os seguintes limites: desde o ponto 26º e 30' da latitude sul em linha linha recta para Oeste passando esta linha pelos cumes das montanhas do Le Bombo / Libombos até ao Rio Comafte que corre pelos Libombos, dali seguiria para Nordeste até ao Monte Pokiones-Kope a norte do rio Oliphante, continuando para Nordeste até o mais próximo da serra Chicundo por onde passa o rio Umbovo e daí em linha recta até à junção dos rios Pafuri e Limpopo, a 2 de Dezembro de 1875 celebrou-se outro tratado que foi ratificado a 7 de Outubro de 1882, sendo muito idêntico ao primeiro acordo de 1869. No entanto a 26º e 30' seria dividido o que é indivisível e Portugal acabou por fixar a fronteira entre Moçambique e a Swazilandia a 26º e 52' pela linha da Ponta do Ouro até à junção dos rios Pongola/Pongolo e Usuto, ficando com mais 22' entre a Swazilandia e o Índico, vendo-se livre da pressão inglesa na zona que o seu problema nunca fora Portugal, mas sim o evitar que os bowers tivessem acesso ao mar e assim ficariam encurralados em território do Transvaal e State of Free Orange no interior africano.