Moçambique - Cronologia Século XVIII a XXI

 

    1. 1707 a 1750 - Reinado de D. João V. Neste reinado tenta‑se executar uma colonização correcta, mas aumenta o número de escravos.
    2. 1721 a 1730 - Os holandeses tentam fixar-se na Baía do Espírito santo, actual Maputo
    3. 1730 a 1740 - Não houve forças militares nos Rios Cuama que permitissem recuperar as terras do ouro.
    4. 1740 - Os franceses começam a frequentar as Ilhas Quirimba com intuito de fazer comércio, em especial de escravos
    5. Fins do século XVII - Instituição dos Prazos. Moçambique teve moeda própria, primeiro os Miticais Ouro, depois o Cruzado, e o Cruzado ouro que valia 400 réis.
    6. 1750 a 1777 - Reinado de D. José I. Aparece a primeira referência do Sheikado de Kitangonia e em 1753 mais referências ao Sheikado de Sankul
    7. 1750 - Pemba ganha autonomia face a Oman. Toda a Zambézia estava na mão de quatro poderosas famílias: – Joaquim da Cruz (Nhaúde) – em Massangano. Manuel António de Sousa (Gouveia) na Gorongosa. Vaz dos Santos em Massingir. Gonçalo Caetano Pereira em Maranga. Em Cabo Delgado há movimentos de resistência encabeçados por Morass e Morimo
    8. 1752 - Subordinação directa de Moçambique à Coroa Portuguesa deixando a sua dependência de Goa.
    9. 1753 - O Capitão General Melo e Castro, Conde de Galveias, disse só conhecer a Baía da Lagoa por tradição, e no entanto esta era conhecida desde 1544. Não obstante, envia um iate para a baía para reconhecimento. Dois anos depois, quando o navio Naarsfigheid naufragou na baía, não havia lá nenhum iate português. Os náufragos desse navio ficaram dois anos na baía sem qualquer problema com os autóctones.
    10. 1755- Há o terramoto de Lisboa. Outro terramoto aconteceu em Moçambique: Foi a invasão dos Baneanes sob orientação jesuíta, desde a Índia (Diu). É deste ano o Real Decreto de 29 Março que extingue a Superinten­dência do Comércio de Moçambique através do Conselho de Fazenda do Estado da Índia. Foi o Governador Melo e Castro, mesmo acusado de governo ditatorial, quem governou efectivamente Moçambique, porque além de inúmeras medidas positivas que lançou, ganhou definitivamente a batalha da autonomia da colónia, face à Índia, e alargou as fronteiras da África oriental desde o Rovuma a Lourenço Marques.
    11. 1761 - Nasce a vila do Ibo e fica a capital das 32 ilhas do arquipélago das Quirimbas
    12. 1763 a 1764 - O Marquês de Pombal elevou a vila os estabelecimentos portugueses de Sofala, tete, Sena e Manica e substituiu a figura de capitão‑mor por comandante. A incorporação de militares foi sempre insuficiente porquanto havia muitas mortes por doença e em combate, e ainda deserções; também alguns se instalavam na colónia como comerciantes, diminuindo os efectivos militares. 
    13. 1782 - É fundada uma feitoria com o nome de Lourenço Marques
    14. 1796 - A 6 de Outubro uma força francesa de 102 homens, comandados por Picard, taca a ilha do Ibo, o ataque foi repelido mas houve mortes de alguns portugueses, a 8 do mesmo mês, os franceses atacam Pongane
    15. 1798 - Lacerda e Almeida realiza uma expedição pelo rio Cunene, mas acaba por morrer no Cazembe (Zimbabwé). 
    16. 1800 - A 6 de Novembro os sacalavas ou sakalavas ou socalaves de Madagascar atacam a ilha de Amiza, arrasando 3 povoações, era a 1ª vez que aquele povo impotunava as Ilhas de cabo Delgado (como eram conhecidas as Quirimbas). Os sacalaves eram do reino de Manabé e nesta época um povo guerreiro do império de Madagascar ocidental e de origem e malaio-indonésio e malaio-polinésio, bons navegadores e comerciantes de escravos no norte de Moçambique, Zamzibar e Tanzania para a coroa francesa.
    17. 1801 - Os macuas atacam terras firmes que confinavam com as Quirimbas, o que causou grande terror no Ibo.
    18. 1808 – A 6 de Setembro houve a grande invasão Sakalava de Madagascar, a todas as ilhas de Cabo Delgado incluindo a do Ibo e terras fronteiriças na placa continental, queimaram e saquearam todas as povoações por onde passavam e não escaparam à sua fúria as igrejas da Quirimba e capelas da Matemo, Moquelos e Arima. 1500 pessoas da Vila do Ibo refugiaram-se na Praça de São João Baptista, outros fugiram para o mato e e os invasores levaram consigo algumas centenas e muito gado.
    19. 1813 – Reconstrução da Igreja de São João Baptista destruída pelos Sacalavas em 1808
    20. 1815 – A 9 de Novembro os Sacalavas voltam a atacar a Quirimba e terras firmes.
    21. 1816 – A 23 de Outubro há um novo ataque dos Socalavas, agora comandados por Chicandar príncipe dos Anjoanes.
    22. 1821 - Início das emigrações ods nguni
    23. 1817 – Último ataque dos Sakalava às ilhas de Cabo Delgado e terras firmes
    24. 1818 – O governador António José Caldas manda construir o Fortim de Sto António
    25. Séc. XVIII - As classes dominantes em Moçambique eram as comunidades indianas e afro‑portuguesas (mulatos).
    26. 1822 - A Inglaterra tenta apoderar-se de Lourenço Marques (Maputo), apenas abandonando esta pretensão em 1875.
    27. 1835 – Sebastião Xavier Botelho informa ao reino q o arquipélago da Quirimba ou de cabo Delgado era composto por 31 ilhas, das quais 5 eram povoadas: -Arimba, carimba, Ibo, Matemue e Amize, sendo o Ibo a principal delas. Neste ano os invasores nguni atravessam o Zambeze
    28. 1843 - Os régulos Magaia e Moamba atacam o presídio de Lço Marques
    29. 1845 - Morre Zuagendaba. Fragmentação do grupo nguni
    30. 1849 - Inhambane é atacada por ordem de Manicussi e é morto o Governador
    31. 1859 – De 16 de Março a 26 de Abril, o Ibo é flagelado por um surto de cólera-morbus que vitimou 962 pessoas. Neste ano também morre Manicussi o avô do Ngungunhana a 11 de Outubro
    32. 1867 - Vicente da Cruz "O Bonga" derrota as tropas portuguesas em Massango
    33. 1869 - A 25 de Fevereiro é abolido o tráfico de escravos nas colónias portuguesas. No mesmo ano houve o acordo com a República do Transval sobre os limites da fronteira sul de Moçambique
    34. 1871 – De 13 de Fevereiro a 31 de Março há um novo surto de cólera-morbus no Ibo e morrem 566 pessoas.
    35. 1874 - Acordo da construção do Caminho de Ferro de Lço Marques até ao Transvaal
    36. 1875 - Sentença arbitral de Mac Mahon no Tribunal Internacional de Haia, a favor de Portugal na possessão das Ilhas da Inhaca e dos Elefantes e também da Catembe até à Ponta do Ouro que haviam sido ocupadas pelos ingleses e se retiram nesta data após conhecida a sentença.
    37. 1877 - Lourenço Marques é levado à categoria de vila
    38. 1878 – As Quirimbas e terras limítrofes, sofrem o primeiro ataque dos Mafites, povo zulu vindo do Niassa. Há devastação e terror por todo o lad
    39. 1879 – A 22 de Agosto às 5 da tarde há forte tremor de terra q dura uns segundos onde ficam destruídas as palhotas e danificadas as casas de alvenaria
    40. 1880 – Dá-se a 2ª invasão dos Mafites que também provocam muitos morto
    41. 1881 – Mais um ataque selvático dos Mafites que espalha o terror nas ilhas e terras fronteiriças do continente
    42. 1882 – Há o último ataque dos Mafites qua há mais de 20 anos que aterrorizavam as ilhas e terras fronteiriças
    43. 1884/5- Conferência de Berlim, na qual as potências europeias dividem a África entre si
    44. 1885 – É instalada pela 1ª vez a iluminação pública nas ruas da vila do Ibo, com lampiões vindos da Índia
    45. 1887 - A 10 de Novembro de 1887, Lourenço Marques é elevevada a cidade. 
    46. 1890 - Ultimatum inglês sobre a Formação do mapa cor de rosa que era formar um único pais que ia de Moçambique até Angola passando elo Zimbabwe e apanhando parte do Malawi e da Zambia
    47. 1891 - As fronteiras de Moçambique só ficam definidas em 1891. Inicio da criação das grandes companhias de Moçambique que gerem e controlam grande parte do território até final dos anos trinta do século XX.
    48. 1894 - Caminho de Ferro de Maputo à Fronteira do Transval. A Alemanha evoca direitos de propriedade sobre a Baia de Quionga. Estes territórios só foram recuperados após a 1ª. Guerra Mundial (1914-1918). Os régulos Magaia e Zixaxa ou Zilhalha mostram os primeiros sinais de rebelião atacando o posto militar de Ancuabe. No mesmo ano, Magaia, Moamba e Zixaxa atacam também Lço Marques.
    49. 1895 - Mouzinho de Albuquerque, prende Gungunhana, o chefe dos Vátuas, em Chaimite. Os Vátuas foi um dos povos moçambicanos que mais resistiu à ocupação colonial
    50. 1897 - Transferência da capital de Moçambique da Ilha do mesmo nome, para o continente, Lourenço Marques na actual Maputo. Morte de Maguiguane a 10 de Agosto em Mapulanguene, o último dos grandes chefes tradicionais moçambicanos que se opunha ao colonialismo mas apoiava o império invasor nguni do Ngungunhana, quem dispara o primeiro tiro foi um africano tradutor dos portugueses de nome João Massablano, mas quem o entregou aos portugueses foi um chefe matinga a quem Maguiguana havia roubado cabritos durante a sua fuga dos portugueses. Neste ano também houve a revolta dos Namarrais e seus aliados.
    51. 1898 - No dia 24 de Julho, Lourenço Marques passa a capital de Moçambique substituindo a ilha de Moçambique que até à data tinha sido a capital
    52. 1891 - As fronteiras de Moçambique só ficam definidas em 1891. Inicio da criação
    53. 1899 - Linha de Caminhos de Ferro da Beira até Untali (Rodésia Sul).Construção de outras linhas (Maputo a Goba na Suazilandia, Inhambane a  Inharrine)
    54. 1906 - A 23 de Dezembro morre Ngungunhana nos Açores
    55. 1910 - Após a implantação da 1ª.República em Portugal (1910-1926), desencadeia-se um intenso esforço de desenvolvimento deste território (portos, vias de comunicação, escolas, plantações, etc)
    56. 1911 - A 20 de Novembro é aprovada amigavelemnte entre Portugal e Inglaterra, a delimitação fronteiriça entre o Norte e Sul do Rio Zambeze
    57. 1916 - Apóa a Alemanha perder a 1ª guerra Mundial, em Abril, o Corpo Expedicionário Português recupera Quionga, ocupada pelos alemães de 1894.
    58. 1917 - Revolta no Barué. Invasão Alemã no Rovuma. Ataque a Muite  outras povoações
    59. 1918 - Linha de Caminho de Ferro de Maputo a Marracuene.
    60. 1919 - Criação do Liceu de Lourenço Marques, por transformação da Escola Prática Comercial de 5 de Outubro
    61. 1920 - A 20 de Junho, nasce Eduardo Chivmbo Mondlane
    62. 1922 - Caminho de Ferro entre a Niassalandia e a Beira
    63. 1925 - Prisão de 300 trabalhadores na sequência de uma greve geral. Edição da jornal operário, O Emancipador (Maputo).
    64. 1929 - A Ditadura que governa Portugal limita o poder das grandes companhias em Moçambique. Termina o contrato com a Companhia do Niassa (1894-1929), que detinha 25% do território de Moçambique.
    65. 1933 - A 29 de Setembro nasce samora Moisés MACHEL
    66. 1937 - Inicio de grandes obras de colonização (Planos sexagenais). Inicio das linhas áreas em Moçambique (Maputo a Germinston no Transval). Criação da Escola Técnica de Lourenço Marques (Maputo)
    67. 1938 - Linha de Caminhos de Ferro do Limpopo
    68. 1941 - Termina o contracto com a Companhia de Moçambique (1891-1941), a últimas das denominadas companhias majestáticas que controlavam 2 terços do território
    69. 1947 - Linha aérea de Maputo a Lisboa - TA
    70. 1948 - Prisão em Maputo de centenas de negros moçambicanos que haviam feito a greve em 1947 nas docas de Lço Marques e lantações de Gaza, são deportados para S. Tomé e Príncipe
    71. 1949 - Fundação em Maputo, por Eduardo Mondlane e outros, do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos conhecida por NESAM.
    72. 1951 - As colónias portuguesas passam a chamar-se províncias ultramarinas
    73. 1953 - Abolição do estatuto de assimilado
    74. 1957 - Implantação da PIDE
    75. 1959 - Fundação do MANU- União Nacional Africana de Moçambique
    76. 1960 - 16 de Junho. Massacre de Mueda (17 mortos). Fundação em Salisbúria da UDENAMO (União Nacional Democrática de Moçambique). A Assembleia Geral das Nações Unidas, a 14 de Dezembro, proclama a Declaração à Independência dos Territórios portugueses e Povos sujeitos ao Domínio Colonial
    77. 1961 - Abolição legal das diferenças de estatuto entre indígenas e assimilados (Dec.-Lei 43.893 (6 de Setembro). Condenação por 90 votos contra 3, pela Comissão de Tutela da ONU, da política colonial portuguesa (13 de Novembro).  Fundação no Malawi da UNAMI (União Africana de Moçambique Independente). Neste ano Portugal tinha em Moçambique 20.000 soldados
    78. 1962 - A 25 de Junho é fundada a Frelimo, pela fusão de três movimentos de libertação (UDENAMO, MANU e UNAMI). Eduardo Mondlane nesta data é eleito presidente da Frelimo. I Congresso da Frelimo em Dar-es-Salam (23 de Setembro). Os anos 60 marcam um período de grande desenvolvimento económico em Moçambique
    79. 1963 - Fundação de um novo movimento político denominado FUIPAMO (Frente Unida Anti-Imperialista Popular Africana de Moçambique (21 de Maio). Greve dos estivadores em Maputo, Beira e Nacala (Agosto)
    80. 1964 - Inicio da Guerra de Libertação. As operações começam em cinco distritos: Cabo Delgado, Niassa, Tete, Zambézia e Moçambique, tendo falhado nas três ultimas
    81. 1966 - É dissolvido o Centro Associativo dos Negros de Moçambique (15 mil associados)
    82. 1968 - Inicio da Construção de Cabora Bassa. Abertura de novas frentes de guerrilha da Frelimo nos distritos de Tete e Zambézia
    83. 1969 - Conferência Internacional de Solidariedade para com o povos das Colónias Portuguesas e da África Austral, em Kartum (18 de Janeiro). Assassinato de Eduardo Mondlane em Dar-es-Salam (3 de Fevereiro). Formação de um triunvirato formado por Samora Machel, Marcelino Santos e Uria Simango (Abril). Uria Simango é suspenso do triunvirato (5 de Novembro).
    84. 1970 - Conferência Internacional de Solidariedade para com o povos das Colónias Portuguesas, em Roma (26 de Julho). Os dirigentes dos principais movimentos de libertação das colónias portuguesas são recebidos em audiência pelo Papa Paulo VI (1 de Julho). Nomeação de Samora Machel e Marcelino dos Santos para presidente e vice-presidente da Frelimo (14 de Maio).
    85. 1972 - A 16 de Dezembro, as tropas portuguesas cometem em wiriyamu (Tete), uma das piores chacinas desta guerra que travam contra a Frelimo. Uma aldeia inteira é exterminada. O massacre impressiona profundamente a comunidade internacional
    86. 1974 - A 25 de Abril há o derrube da ditadura em Portugal. Estão criadas as condições para o reconhecimento da Independência de Moçambique. Em Maio Costa Gomes (membro da Junta Militar que governa Portugal) visita Moçambique. A Frelimo intensifica as acções de guerrilha, tirando partido da fragilidade da indefinição política que reina em Portugal. Aumenta o número de militares portugueses que se recusam a combater nas colónias. No início de Junho, em Lusaca, o ministro português Mário Soares e o dirigente da Frelimo Samora Machel iniciam contactos exploratórios com vista ao estabelecimento do cessar fogo e à independência de Moçambique. A 22 de Julho. A estrutura coordenadora política dos militares portugueses em Moçambique (MFA), solicita a Lisboa a independência imediata deste território e a sua entrega à Frelimo. De 30 de Julho a 2 de Agosto. Conversões em Dar-es-Salam, entre o ministro português Melo Antunes e a Frelimo. A 1 de Agosto. Uma companhia portuguesa, em Omar (norte de Moçambique), na ausência do seu comandante entrega-se à Frelimo e é conduzida prisioneira para a Tanzânia. O caso espelha a desmoralização em que se encontravam as tropas portuguesas. Portugal reconhece perante o secretário-geral da ONU, em Lisboa, o direito de Moçambique à Independência. A 14 de Agosto há um encontro entre um delegação do governo português e a Frelimo, em Dar-es-Salam.A delegação portuguesa é constituída por Mário Soares, Melo Antunes e Almeida Santos. Em Setembro de 5 a 7, uma delegação do governo português e outra da Frelimo estabelecem em Lusaca, os termos do Acordo sobre a Independência de Moçambique. O Acordo foi assinado pelo presidente da República portuguesa Mário Soares a 9 de Setembro. De 7 a 17 de Setembro há a rebelião, em Maputo e na Beira contra os termos do Acordo de Lusaca. A comunidade portuguesa em Moçambique e muitos outros moçambicanos sente-se lesada com o processo. Registam-se dezenas de mortes e destruições. Muitos portugueses residentes em Moçambique partem na altura para a África do Sul e Rodésia (actual Zimbabwe). A 10 de Setembro. As tropas portugueses começam a transportar militares da Frelimo para vários pontos de Moçambique tendo em vista, evitar situações de vazio de poder em todo o território e possíveis desacatos. A 21 de Setembro. Toma posse um governo de Transição, presidido por Joaquim Chissano. A 21 de Outubro, elementos armados da Frelimo envolvem-se em confrontos com comandos das forças militares portuguesas, provocando diversos mortos em Maputo
    87. 1975 - Em fins de Maio, Samora Machel regressa a Moçambique. ndependência de Moçambique a 25 de Junho, conforme o estabelecido nos Acordos de Lusaca. Samora Machel é o primeiro presidente da república. Saem de Moçambique cerca de 250.000 brancos de todas as nacionalidades. É estabelecido um regime de partido único, a Frelimo. Inicia-se um processo de construção de um Estado Socialista. Os principais sectores económicos do país são nacionalizados. O governo moçambicano apoia os movimentos nacionalistas que na África do Sul e no Zimbabwé lutavam contra os regimes racistas.  As fronteiras do Zimbabwé (antiga Rodésia) são fechadas
    88. 1976 - Fundação da Renamo, o movimento de resistência ao regime monopartidário marxista que se instalara em Moçambique. A Renamo conta inicialmente com o apoio da Rodésia, África do Sul e indirectamente dos EUA. A Renamo capitaliza em seu benefício os descontentamentos populares, sobretudo nos meios rurais. Fecho das fronteiras com a Rodésia, decisão que se mantém até 1980. Moçambique e directamente pela Frelimo, apoia a luta de libertação do Zimbabwé.
    89. 1977 - Início da guerra civil. Até 1992 esta guerra devasta o país e conduz à morte 1 milhão de pessoas e mais de 3 milhões de refugiados. A guerra civil provoca uma paralisia da educação, saúde e da agricultura. Inicio de grandes secas que se prolongam até 1978, produzindo um número indeterminado de vítimas.
    90. 1980 - A África do Sul apoia a Renamo
    91. 1982 - Chegada das tropas do Zimbabwé para controlar as oleodutos e linhas ferroviárias entre Mutare e a Beira. Estas tropas zimbabweanas só sairão de Moçambique em 1993. As secas que ocorrem entre 1982 e 1984, provocam mais de 100 mil mortos e deixam à fome cerca de 4 milhões
    92. 1984 - Acordo de Nkomati. Moçambique deixa de dar apoio ao ANC e a África do Sul à Renano. As cheias neste ano desalojam 50 mil pessoas e destroem grande parte das colheitas.
    93. 1986 - Morte de Samora Machel num desastre aéreo. Joaquim Chissano é o novo presidente de Moçambique. A Renamo declara guerra ao Zimbabwé. A Tanzânia envia tropas para Moçambique para apoiar o governo contra a Renamo
    94. 1987 - Em Agosto de 1987 há o massacre das populações de Homoine (cerca de 400 mortos) e do Manjacaze (cerca de 80).
    95. 1988 - Abre-se de novo a possibilidade da emigração dos moçambicanos para as minas do Rand da África do Sul. Outra vez grandes cheias, as últimas haviam sido em 1985
    96. 1989 - A derrocada do bloco da ex-União Soviética provoca uma ruptura nos apoios aos regimes marxistas em todo o mundo, o que se reflecte em Moçambique. Com a queda da União Soviética a Renamo não tarda em perder os seus apoios no Zimbabwé e na África do Sul. A Frelimo abandona o marxismo-leninismo por já não ter o apoio soviético, mas a Frelimo, partido que é comunista continuam no governo, só mudam as políticas. Início das conversões entre a Renamo e a Frelimo, em Roma, sob a égide do Quénia e do Zimbabwé.
    97. 1990 - Introdução de um sistema multipartidário. Abertura do país à economia de mercado.
    98. 1991 - Início da fome em grandes áreas de Moçambique
    99. 1992 - A 4 de Outurbo, em Roma há a assinatura de um tratado de paz entre o governo Frelimo e a Renamo, pondo fim a 16 anos de contendas e guerra civil. Na altura da assinatura do acordo, a Renamo controlava 20% do território moçambicano, área superior a muitos paises africanos. Em Dezembro a ONU envia para Moçambique forças para a manutenção da paz. Continua a seca de 1991, afectando uma grande parte do território moçambicano.
    100. 1993 - Retirada das forças militares do Zimbabué que auxiliavam o governo a controlar as vias de comunicação entre a Beira e o Limpopo. Em Agosto, a ONU lança um programa de repatriamento para refugiados que termina em Maio de 1995 (cerca de 1 700 000 refugiados serão repatriados para Moçambique
    101. 1994 - De 27 a 29 de Outubro há eleições democráticas. A Frelimo é o partido mais votado para o parlamento, e Joaquim Chissano para a presidência da república. O novo governo dirigido por Pascoal Mocumbi, tem pela frente uma enorme tarefa, a reconstrução do país. A reintegração dos guerrilheiros e o controlo do banditismo estão na ordem do dia. As grandes secas prolongam-se por 1995, produzindo milhares de vítimas
    102. 1995 - Em Março, as instituições internacionais acordam num plano de reformas económicas e de diminuição da pobreza. A divida externa do país é elevadíssima, assim como as assimetrias de desenvolvimento
    103. 1996 - Em Julho, Moçambique adere à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLOP).
    104. 1998 - Tensão nas relações entre p Presidente Chissano e o dirugente da Renamo, por ocasião das eleições municipais. A 9 de Março., Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama encontraram-se para debaterem divergências sobre alegadas irregularidades no processo relativo a preparação das primeiras eleições autárquicas. Em Junho realizam-se as primeiras eleições autárquicas nas principais cidades do país, mas sem a participação da Renamo, que não reconheceu os resultados.
    105. 1999 - De 3 a 5 de Dezembro. Novas eleições legislativas e presidenciais. A Frelimo e Joaquim Chissano são novamente declarados vencedores, mas a Renamo - união eleitoral recusa-se a aceitar os resultados, declarando que houve fraude
    106. 2000 - Fevereiro e Março, grandes cheias. Para além de um número considerável de vítimas, as frágeis estruturas económicas são duramente afectadas. A 9 de Novembro, a Renamo promove diversas manifestações pelo país. Em consequências de confrontos com a polícia morrem 40 manifestantes. A oposição exige a recontagem dos votos das eleições de 1999. A 22 e 23 de Novembro houve perseguições e detenções pela polícia, a membros dos partidos da oposição. Cerca de uma centena de detidos morre na cadeia de Montepuez, na província de Cabo Delgado (norte). A 20 de Dezembro iniciam-se novas conversações entre o presidente moçambicano Joaquim Chissano e o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, como resultado das pressões da sociedade moçambicana e da comunidade internacional, nomeadamente da União Europeia, tendo os dois líderes anunciado reuniões subsequentes e terminado o encontro com um simbólico aperto de mão.
    107. 2001 - A 19 de Fevereiro, há conversações entre a Renamo e o Presidente Chissano, para analisar as reivindicações deste movimento político. As conversões posteriores apenas serviram para aprofundar as respectivas divergências, nomeadamente sobre as alterações pontuais à Constituição da República.